domingo, 16 de novembro de 2008

E quem sabe?


O que te agrada? Se essa pergunta for direcionada a mim eu responderia que nada. Hoje em dia me encaixo melhor em relação ao mundo, mas nunca achei muita graça nas coisas, seria eu um ser muito chato ou seriam as coisas muito óbvias? Independente de resposta não é tão divertido quando você entende o porquê ou funcionamento das coisas, sejam brinquedos, brincadeiras sejam pessoas. Ter essa sacada, feeling ou sensibilidade é muito proveitoso ou apenas irritante. Saber o que você quer, esperar uma coisa sabendo que na verdade não vai chegar, pode ser um tanto quanto frustrante e o pior, entender porque não deu certo e não poder falar nada, porque afinal muitas vezes não entendem. Mas por outro lado acredito também que seja uma questão de falta de acontecimentos. Ao mesmo tempo que nada acontece e você analisa tudo você não passa pelo que deveria, só analisa, só julga e por talvez uma inveja ou ciúme, você tenta ser o contrário àquilo que analisou, sim analisou e não vivenciou. Às vezes converso muito comigo mesmo e vejo que na verdade as coisas não são tão óbvias não são sem graça, só são simples a ponto de uma análise não conseguir entender ou captar o real sentido a real essência, só enxerga a parte de fora fácil de ser julgada. Tudo tem um sentido, tudo tem explicação e nem sempre as coisas precisam ser explicadas nem analisadas só acontecer, só se deixar levar e participar... com moderação é claro.

by Fry

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

O teatro que a vida é


A preguiça é tão grande que pessoas têm já frases prontas e nem precisam pensar mais. Que nem, você ouve alguém te falando "aí é osso né brother", tipo, está pronto, nem pensou direito sobre, só passou pela cabeça "ah é algo difícil" então logo sai a resposta, teve um estímulo e respondeu a ele. Ou às vezes, que nem quando você pergunta o que a pessoa faz, ela responde e você automaticamente fala "ah é? Nossa que legal!", pode ser uma coisa bem besta ou que você acha nada a ver, mas você acaba falando, confesso que até eu faço isso às vezes. Tem também aquelas conversas classificadas como "conversa de vó" ou "conversa de tio", você não vê a pessoa por um tempo e quando a encontra, sempre, sempreeeeeeee têm a seqüência de perguntas "olha, como você cresceu” (claro a pessoa não te vê há uns cinco anos), "e o namorado/a?” (você nem namora), "e a escola" (você já se formou na faculdade), está tudo pronto! Até para marcar as coisas, você não vê a pessoa há milênios e quando encontra você fala "poxa, a gente precisa marcar de sair"... Por quê?! Você não vê a pessoa, não procura e não faz a menor diferença se ela está ou não presente na sua vida! O pior é que além das frases prontas tem também as respostas prontas, após ouvir isso a pessoa responde "nossa cara, temos sim, vamos marcar e encontrar o pessoal muita saudade daquele tempo", aí depois dessa conversa super produtiva e sincera as duas pessoas saem sem ao menos pegar o telefone um do outro. Chega a ser desanimadora a convivência social. Nós respondemos a estímulos com respostas já esperadas, com respostas já esperadas e ações já esperadas, tudo é fácil de deduzir, de adivinhar, de saber. No meio dessa preguiça... ou melhor, involução, me pergunto, se a gente age como animais, responde como animais, nunca deixamos de ser animais e nunca deixaremos de ser, por que a vontade de parecer tão mais civilizados e evoluídos? Acho que a resposta está no teatro... temos nossos textos, papéis e tentamos interpretar o que queriamos ou não ser. Fazemos várias peças durante a nossa existência tentando ser melhores mas na verdade, como os animais que achamos que não somos, agimos por instintos. A grande maioria não passa de figurantes da vida.



by Fry